O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Dos nomes científicos e correntes das doenças
A propósito do termo «varíola dos macacos»

«As doenças têm um nome científico, criado pelos especialistas e muitas vezes acompanhado de uma forma abreviada, que se baseia geralmente na sua etiologia (causa); a par desse nome científico, as comunidades linguísticas criam quase sempre um ou mais nomes correntes, motivados pelos seus sintomas, sinais e outras características apreensíveis a olho nu [...].»

Crónica da linguista Margarita Correia publicada no Diário de Notícias em 20 de junho de 2022, na qual se explica a formação dos nomes científicos das doenças, se comenta o uso destes a par das denominações populares e se critica a preferência pelo termo inglês Monkeypox, a propósito dos surtos de varíola dos macacos em Portugal e noutros países.

 

 A ciência em português e espanhol
As consequências nocivas da anglofonização na comunicação científica

«Se, por um lado, é certo que a anglofonização global da ciência é benéfica como ferramenta de colaboração, de pluralidade e de inclusão [...], é igualmente certo, por outro lado, que ela tem consequências nocivas para o desenvolvimento, como a exclusão de investigadores e académicos que não escrevem em inglês e o distanciamento das comunidades dos leitores, os próprios cientistas e os demais setores sociais, cada vez mais interessados e dependentes do conhecimento científico.»

Artigo de opinião da linguista Margarita Correia publicado no Diário de Notícias em 4 de abril de 2022, a propósito da publicação do O português e o espanhol na ciência: notas para um conhecimento diverso e acessível, apresentado Conferência Internacional sobre as Línguas Portuguesa e Espanhola, CILPE-2022 (Brasília, 16-18 de fevereiro), da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e subordinada ao tema "Línguas, cultura, ciência e inovação". A autora sublinha a necessidade de incentivar a comunicação cinentífica nas línguas portuguesa e espanhola como forma de resistir à pressão do inglês.

Os anglicismos dos ciberataques
A propósito do ataque informático ao grupo Impresa

Em entrevista feita pelo jornal Público, em 8 de janeiro de 2022, a Rui Duro, gestor da empresa de cibersegurança Check Point Software, nota-se uma profusão de termos técnicos em inglês que os mais ciosos do vernáculo desejarão evitar.

Apresenta-se de seguida uma lista dessas palavras com comentários sobre contextos e significados destas palavras, com a indicação de equivalentes portugueses possíveis ou já com uso efetivo e estável.

«Como posso ajudar?» Talvez desaparecendo, não?
A intromissão das mensagens automáticas na comunicação digital

«Sem duvidar da utilidade de avaliar (quando necessário) a nossa relação com o mundo das máquinas, nos seus múltiplos parâmetros – e isso pode ser feito de forma seca e eficaz, sem rodriguinhos a fingir que “está ali uma pessoa” –, somos invadidos por idiotices a que apetece dar um berro.»

Crónica do jornalista Nuno Pacheco incluída no jornal Público em 6 de janeiro de 2022, à volta do excesso de mensagens automáticas associadas a aplicações digitais, as quais em vez de facilitarem a comunicação acabam por lhe criar novos problemas.

Inglês gera «ditadura da língua»
Em 95% dos artigos científicos, apenas 1% é em português e em espanhol

 

Um relatório sobre a diversidade linguística no meio académico revela que mais de oito em 10 investigadores ibero-americanos escrevem no idioma anglo-saxónico, e não nas suas línguas maternas.

Artigo publicado no jornal espanhol El Pais (edição Brasil), com a data de 30 de julho de 2021 – a seguir trancrito, com a devida vénia.

Em Portugal, <i>Antropocénico</i> (e não <i>Antropoceno</i>)
O que se distingue o impacto da atividade humana sobre o planeta

Em Portugal, para referir a época que se distingue pelo impacto da atividade humana sobre o planeta, deve empregar-se Antropocénico, tal como se usam as formas Oligocénico, Miocénico e Pliocénico, sempre com a terminação -énico. Parecer que o professor universitário e paleontólogo Carlos Marques da Silva, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, elaborou para o Ciberdúvidas a propósito da resposta "Antropoceno e Antropocénico" (Consultório, 02/03/2021).

Comentário inédito, escrito propositadamente para o Ciberdúvidas. Mantém-se a ortografia usada pelo autor, anterior à norma em vigor.

Internacionalizar a ciência é anglicizá-la?
O português também é veículo de conhecimento

«Internacionalizar [o ensino superior português] tem que ser, também, prover o português, língua que se quer internacional, dos recursos (i.e. textos científicos) que lhe permitam ser efetivo veículo de ciência e conhecimento para os seus mais de 250 milhões de falantes» – defende a linguista portuguesa Margarita Correia em crónica publicada em 28 de julho de 2020 no Diário de Notícias.

 

 

 

O inglês, o português e a ciência
A divulgação do saber em língua vernácula

«A ideia de que existem línguas mais aptas ou eficazes para determinados tipos de comunicação é um mito que importa desfazer. Todas as línguas são à partida igualmente aptas para qualquer tipo de comunicação em qualquer âmbito de experiência ou de conhecimento», escreve a professora e linguista Margarita Correia, em crónica publicada no Diário de Notícias em 20 de julho de 2020.

@ @rrob@ electrónic@
A origem do sinal a que se chama arroba

Num texto publicado em 2/03/2002, no semanário Expresso, o ex-ministro da Educação português Nuno Crato fazia o historial do sinal @, dos seus primórdios no contexto mercantil até ao uso generalizado na informática e, sobretudo, nos endereços de correio eletrónico (mantém-se a ortografia do original).

O bilião e a nomenclatura dos grandes números:<br> regra “<i>N</i>” e regra “<i>n</i> –1”
Nos países europeus, como Portugal, e ≠ no Brasil e EUA

nomenclatura dos grandes números foi estudada pelo Bureau des Longitudes de Paris e apresentada ao Comité International des Poids et Mesures. Neste estudo foram submetidas para discussão duas nomenclaturas diferentes, baseadas na regra N – que consagra a ordenação seguida em Portugal e na generalidade dos países europeus – e na regra  n-1 seguida no Brasil, EUA e noutros países não-europeus. 

[texto do autor na revista Gazeta da Física, Vol 37. N.º 1]